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Por Lorena Portela e Angélica Almeida – Agenda de Saúde e Agroecologia (VPAAPS/Fiocruz) 

 

Arte, alimento saudável e compartilhamento de saberes. Estes foram alguns dos ingredientes da exposição e da roda de conversa sobre agroecologia e saúde que fizeram parte da programação da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Fiocruz, na última quinta-feira (17/10).  

A Agenda de Saúde e Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) dialogou com o público sobre ações de promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável construídas com organizações sociais e com comunidades de agricultura familiar, urbana e de povos tradicionais. 

A atividade foi realizada em uma tenda montada no Parque do Museu da Vida Ficoruz, no campus Manguinhos, com a participação de trabalhadoras/es da instituição e de aproximadamente 40 estudantes da Escola Municipal Nereu Sampaio.  

Uma instalação artístico-pedagógica convidou estudantes e educadoras a interagir com registros fotográficos, publicações, plantas, aromas e sabores e a conhecer algumas metodologias participativas. O aparato criou um ambiente lúdico e convidativo ao diálogo, rompendo com um formato estritamente discursivo e mental, com uso de elementos visuais e afetivos para provocar a participação e a construção dinâmica de conhecimentos, com sensibilidade e emoção. 

Os visitantes participaram ainda dos chamados ‘Intercâmbios de Experiências’, que partem do diálogo de saberes entre os conhecimentos científico, técnico e popular e conheceram a metodologia do ‘Rio do Tempo’, que valoriza e sistematiza as memórias coletivas. Também fazia parte das atividades o ‘Cantinho do Cuidado’, que reúne ervas medicinais, produtos das terapias tradicionais e populares, como óleos essenciais, óleos de massagem, pomadas, chás, para práticas de autocuidado, e o ‘Café com Prosa’, que ofereceu degustação de alimentos produzidos e beneficiados por agricultoras/es e cozinheiras do estado do Rio de Janeiro. 

Todas as estratégias de diálogo se baseiam na educação popular, voltadas aos processos de transformação social, e orientam as atividades e projetos da Agenda de Saúde e Agroecologia desde 2018. “As metodologias cumprem papéis de problematização de temas, potencializam a capacidade de diálogo entre a sociedade civil organizada, instituições e a população em sua diversidade. Também podem ser entendidas como tecnologias e processos sociais de promoção da saúde das pessoas e do ambiente”, afirma a pesquisadora Marcelle Felippe. 

A aposta da Agenda na apresentação das metodologias como forma de descomplicar a apresentação da relação saúde e agroecologia durante a 21ª SNCT na Fiocruz reflete o trabalho mais amplo de diálogo com os territórios. Afinal, “diversidade, saberes e tecnologias sociais” estão presentes no cotidiano de construção da agroecologia nos distintos biomas brasileiros, e se fortalecem por meio de práticas que estimulam a participação social, o exercício da cidadania e da democracia.